Nas atividades de oficinas mecânicas os gestores devem ter uma atenção especial à algumas resoluções definidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), dentre elas, as que estabelecem diretrizes básicas a respeito da coleta seletiva (CONAMA 275/2001), do descarte correto de óleos e fluidos (CONAMA 450/2012) e do gerenciamento dos resíduos sólidos (CONAMA 313/2002). Neste sentido, o objetivo do trabalho foi analisar os resíduos mais frequentes nas oficinas mecânicas de veículos motorizados, passíveis de reciclagem, comercialização e de danos ambientais e saúde pública. Os dados da amostragem foram obtidos a partir da aplicação de um formulário em 18 estabelecimentos ativos, distribuídos em quatro bairros representativos da cidade de Caraúbas/RN. Foram identificadas as atividades (ou agentes) passíveis de causar degradação ambiental, mapeando os pontos críticos urbanos de degradação e efetuando-se a análise dos impactos ambientais inerentes. O levantamento dos dados ratificou que os resíduos sólidos mais frequentes nas oficinas visitadas foram peças mecânicas, embalagens, pneus e estopas. Além disso, foi constatada uma grande proeminência de óleos lubrificantes usados e efluentes líquidos (efluentes com presença de óleo, sólidos sedimentáveis, etc.). De acordo com a NBR 10004, as estopas e embalagens contaminadas são categorizadas como resíduos perigosos (Classe I), apresentando riscos à saúde pública e ao meio ambiente pelas suas características de toxidade. Os demais resíduos são considerados não perigosos, sendo as embalagens não contaminadas definidas como não inertes (Classe II-A) e os pneus e peças mecânicas como inertes (Classe II-B). As estimativas de produção mensal desses resíduos obtiveram valores mais expressivos nos bairros economicamente mais desenvolvidos e com maior assistência de serviços e menos expressivos nos bairros menos favorecidos economicamente. Em termos gerais, a troca de componentes mecânicos (peças) resulta em mais de 200 kg de resíduos em 5,56% dos estabelecimentos visitados e valores entre 100-200 kg em 11,11% deles. Em 66,67% dos estabelecimentos, porém, prevalece produções inferiores à 100 kg/mês. A troca de pneus acarreta em 30 a 50 novas unidades do resíduo em 11,11% das oficinas visitadas; em 66,66% delas, as quantidades mensais são inferiores a 30. Para óleos usados, cerca de 38,89% das oficinas descartam mensalmente até 50 litros do resíduo, 16,67% o descarte estimado é entre 50 e 100 litros, 22,22% de 100 a 200 litros e 5,56% acima de 200 litros. Para as estopas, os percentuais atingiram 5,56% para estimativas de descarte entre 11 e 15 kg/mês, 22,22% para valores entre 6 e 10 kg/mês e 55,56% para estimativas abaixo de 5 kg/mês. Através da Listagem de Controle foi avaliado que os agentes encontrados são todos de caráter negativo, local, temporário e reversível. A maioria dos agentes são de ordem direta refletindo diretamente a relação de causa e efeito. O destino inadequado de resíduos sólidos (lixão a céu aberto) e ausência de dispositivos de tratamento de efluentes, são de duração média, e os demais foram classificados em curta duração. Mostrando assim que todos os impactos identificados são passíveis de mitigação dos seus efeitos, através do gerenciamento adequado dos resíduos e do planejamento urbano pelos governantes municipais.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas