Gestão dos resíduos sólidos e dos efluentes gerados nas oficinas mecânicas de veículos motorizados versos aspectos ambientais no município de Caraúbas - RN. Ano II.

  • Autor
  • Joyce Cristhiny Almeida
  • Co-autores
  • Edna Lucia da Rocha Linhares , Antonio Lucas Filho , Edgley Alves de Oliveira Paula
  • Resumo
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    Nas atividades de oficinas mecânicas os gestores devem ter uma atenção especial à algumas resoluções definidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), dentre elas, as que estabelecem diretrizes básicas a respeito da coleta seletiva (CONAMA 275/2001), do descarte correto de óleos e fluidos (CONAMA 450/2012) e do gerenciamento dos resíduos sólidos (CONAMA 313/2002). Neste sentido, o objetivo do trabalho foi analisar os resíduos mais frequentes nas oficinas mecânicas de veículos motorizados, passíveis de reciclagem, comercialização e de danos ambientais e saúde pública. Os dados da amostragem foram obtidos a partir da aplicação de um formulário em 18 estabelecimentos ativos, distribuídos em quatro bairros representativos da cidade de Caraúbas/RN. Foram identificadas as atividades (ou agentes) passíveis de causar degradação ambiental, mapeando os pontos críticos urbanos de degradação e efetuando-se a análise dos impactos ambientais inerentes. O levantamento dos dados ratificou que os resíduos sólidos mais frequentes nas oficinas visitadas foram peças mecânicas, embalagens, pneus e estopas. Além disso, foi constatada uma grande proeminência de óleos lubrificantes usados e efluentes líquidos (efluentes com presença de óleo, sólidos sedimentáveis, etc.). De acordo com a NBR 10004, as estopas e embalagens contaminadas são categorizadas como resíduos perigosos (Classe I), apresentando riscos à saúde pública e ao meio ambiente pelas suas características de toxidade. Os demais resíduos são considerados não perigosos, sendo as embalagens não contaminadas definidas como não inertes (Classe II-A) e os pneus e peças mecânicas como inertes (Classe II-B). As estimativas de produção mensal desses resíduos obtiveram valores mais expressivos nos bairros economicamente mais desenvolvidos e com maior assistência de serviços e menos expressivos nos bairros menos favorecidos economicamente. Em termos gerais, a troca de componentes mecânicos (peças) resulta em mais de 200 kg de resíduos em 5,56% dos estabelecimentos visitados e valores entre 100-200 kg em 11,11% deles. Em 66,67% dos estabelecimentos, porém, prevalece produções inferiores à 100 kg/mês. A troca de pneus acarreta em 30 a 50 novas unidades do resíduo em 11,11% das oficinas visitadas; em 66,66% delas, as quantidades mensais são inferiores a 30. Para óleos usados, cerca de 38,89% das oficinas descartam mensalmente até 50 litros do resíduo, 16,67% o descarte estimado é entre 50 e 100 litros, 22,22% de 100 a 200 litros e 5,56% acima de 200 litros. Para as estopas, os percentuais atingiram 5,56% para estimativas de descarte entre 11 e 15 kg/mês, 22,22% para valores entre 6 e 10 kg/mês e 55,56% para estimativas abaixo de 5 kg/mês. Através da Listagem de Controle foi avaliado que os agentes encontrados são todos de caráter negativo, local, temporário e reversível. A maioria dos agentes são de ordem direta refletindo diretamente a relação de causa e efeito. O destino inadequado de resíduos sólidos (lixão a céu aberto) e ausência de dispositivos de tratamento de efluentes, são de duração média, e os demais foram classificados em curta duração. Mostrando assim que todos os impactos identificados são passíveis de mitigação dos seus efeitos, através do gerenciamento adequado dos resíduos e do planejamento urbano pelos governantes municipais.

     

  • Palavras-chave
  • Oficinas, resíduos, impactos, gerenciamento.
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